Desde março de 2020 com a chegada da pandemia no Brasil, o e-commerce vem crescendo de maneira exponencial. As pessoas que já costumavam fazer suas compras pela internet, passaram a usá-la cada vez mais. Por outro lado, quem não comprava pela internet, teve de fazê-lo por necessidade.
Desde o delivery de fast food até eletrodomésticos e eletrônicos, muitos são os produtos que certamente movimentam as contas bancárias e as faturas dos cartões de crédito.
Outro dia conversando com um amigo, percebi o universo de compras online existente hoje, por exemplo. Ele me dizia que estava negociando a compra de um telescópio. Sim, um telescópio! Disse-me que nos últimos meses, durante a noite tem subido até o seu terraço para admirar as estrelas. Em razão disso, começou a procurar na internet um telescópio para incrementar seu hobbie noturno. Como resultado, agora está negociando com um vendedor de Curitiba o esperado objeto.
Mas como todo ramo, nesse mundo do e-commerce também mora o perigo, muitos enganadores se aproveitam do cenário atual para aplicar golpes nos consumidores. Portanto, é importante estar atento antes de comprar e durante o processo da compra, como abordaremos a seguir.
Como identificar um vendedor confiável?
Em primeiro lugar, é importante saber que as plataformas de venda coletivas oferecem mais confiabilidade do que um vendedor avulso que se encontra no instagram, por exemplo.
Dentre essas plataformas, podemos citar o Mercado Livre, o Buscapé e o AliExpress. Isto porque essas plataformas trabalham com sistemas de pagamento confiáveis como o PagSeguro, o Mercado Pago e o PayPal. Consequentemente, havendo qualquer problema com o vendedor, é possível contestar a compra junto ao sistema de pagamento que pode sustar a compra no cartão.
Em segundo lugar, busque sites grandes e conhecidos como a Amazon, a Saraiva, Magazine Luiza ou Ponto Frio. Essas lojas têm alta reputação e figuram nos mais altos rankings de resolução de conflitos.
Em terceiro lugar, caso seu vendedor não esteja enquadrado em nenhum dos exemplos citados acima, procure pela reputação do mesmo no site do ReclameAqui ou do Proteste. Nesse site, são registradas reclamações ao mesmo tempo que se dá a oportunidade ao vendedor de responder e resolver as demandas.
Num quarto ponto, verifique o certificado de segurança do site. Esse selo geralmente fica no campo de digitação do browser, aquele cadeado pequeno que aparece no canto superior esquerdo da tela.
Já caí no golpe! O que eu faço agora?
No entanto, caso você já foi lesado por algum vendedor(a) online, seguem algumas dicas do que fazer agora:
- Procure se o site possui campo para reclamações. Isto porque muitos sites hospedam vendedores e não possuem controle sobre as vendas. Assim há uma possibilidade da situação ser resolvida mais rapidamente;
- Entre em contato com o administrador do cartão de crédito. Se a compra tiver sido feita com cartão é possível pedir a sustação da transação;
- Registre a reclamação em sites de consumidores. Nesse caso, você pode registrar a sua reclamação no ReclameAqui (https://www.reclameaqui.com.br/), no Proteste (https://www.proteste.org.br/) ou também no site do Procon / Ministério da Justiça (http://consumidor.gov.br/);
- Reúna todas as provas da compra e da transação. Nesse momento, mantenha as provas numa pasta guardada na nuvem, seja no Google Drive, DropBox ou AppleCloud, a fim de evitar quaisquer problemas quanto à perda da documentação.
- Procure um advogado. Com a assessoria de um advogado você pode dar entrada numa ação reparadora para reaver os valores dispendidos e também ser indenizado pelo constrangimento pelo qual passou.
O que acontece depois?
Caso o contato com a loja, o vendedor ou o administrador do site não surte nenhum efeito, saiba que precisará resolver a situação através de outros canais. É muito comum os golpistas sumirem do mapa, deixando o cliente a “ver navios”. Nesse caso, você precisará buscar resolução por fora.
No site do ReclameAqui, do Proteste e do Governo é possível iniciar uma disputa judicial, onde é dada à empresa a oportunidade de se manifestar. No entanto, nem sempre a empresa ou o vendedor estão dispostos a resolver a situação amigavelmente. Ás vezes são golpistas mesmo que jamais teriam qualquer ânimo de manter uma boa reputação na internet.
Nesses piores casos, a melhor coisa a se fazer é dar entrada numa ação judicial com a ajuda de um advogado. No processo, será marcada uma audiência de conciliação onde haverá a oportunidade de resolver a questão ali mesmo.
Em caso contrário, se não houver acordo ou se a empresa/vendedor nem comparecer, o processo segue para o juiz. Após isso, o juiz analisará todo o conjunto de provas: prints, e-mails, mensagens, extratos bancários e o que for necessário para comprovar o golpe. Em conclusão, ele irá proferir uma sentença condenatória que valerá para executar o vendedor golpista.
Por fim, se mesmo com a sentença não houver ressarcimento dos valores, o juiz manda bloquear todas as contas bancárias da empresa e/ou dos sócios, por meio do sistema Bacenjud. Por outro lado, se não existirem valores nessas contas, serão verificados os registros junto ao sistema Renajud. Nesse sistema estão registrados veículos automotores em nome da empresa e dos sócios para serem penhorados.
Conclusão
Bom, esses são todos os meios legais de resolver um golpe efetuado pela internet. Tenha certeza que não estará desamparado.
Por isso é bom analisar bem o vendedor antes de passar por toda essa dor de cabeça. Siga com afinco as recomendações desse post antes de comprar pela internet.
No entanto, se precisar, pode contar com a gente que teremos todo o comprometimento e satisfação em te ajudar nessa disputa!